quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Monólogo Mundo Moderno

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutáias, majestoso manicômio! Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio: maior maldade mundial. Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna, monta matumbo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior, manhãzinha move moinho moendo macaxeira, mandioca, meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho, meia-noite mima mulherzinha mimosa, Maria, morena, momento maravilha, motivação mutua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, mascilentos, maltrapilhos, morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis, menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre! Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre! Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos magnatas manobrando milhões, mas maioria... morre minguando!! Moradia meiagua, menos, marquise! Mundo maluco! Máquina mortífera! Mundo moderno, melhore, melhore mais, melhore muito, melhore mesmo! Merecemos! Maldito mundo moderno. Mundinho merda!

Chico Anysio

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ouvir a voz tão sutil,
com sotaque regional
é como ver a chegada da primavera,
clareando com nova vida o campo, o coração, a alma.

Lembrar dos beijos,
lembram os fortes ventos do mar
que atravessam oceanos,
em busca de conhecer o desconhecido.

Sentir saudades,
é sentir o coração apertado, amargurado
em busca do desejo de se libertar, de amar.

Saber da sua existência,
é ter fé em algum Deus qualquer,
que pregue a grandiosidade do amor.

Na calada da noite, nada é visivel a olho nu,
mas perceptível a corações badalados.
Sutis existências, beijos sutis,
saudosos beijos, existência saudosa.

No fim da noite, na madrugada fria,
visível a olhos semi nu
a tristeza abala.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A VIDA ME CARREGA NO AR COMO UM GIGANTESCO ABUTRE

A verdade dos deuses

carnais como nós & lânguidos

não provém do nada

mas do desejo trovejante do coração

partido pelo amor

em sua disparada pelo rosto de um

adolescente

com sua fúria delicada

cruzo avenidas insones & corroídas

de chuva

minha mão alcança minha dor

presente

& me preparo para um dia duro

amargo & pegajoso

a tarde desaba seu azul sobre

os telhados do mundo

você não veio ao nosso encontro & eu

morro um pouco & me encontro só

numa cidade de muros

você talvez não saiba do ritual

do amor como uma fonte

a água que corre não correrá

jamais a mesma até o poente

minha dor é um anjo ferido

de morte

você é um pequeno deus verde

& rigoroso

horários de morte cidades cemitérios

a morte é a ordem do dia

a noite vem raptar o que

sobra de um soluço

(Roberto Piva)

5 + 1

6 cordas
vibram,
ecoam em
6 laços,
amarrados,
entrelaçados em
6 choros
molhados,
presentes em
6 pessoas.